Jessé Souza a nova classe trabalhadora
Disciplina: Representação e Sociedade: Cinema e Literatura
Curso: Graduação em Administração Pública
Jessé Souza: Nova classe média ou nova classe trabalhadora
Objeto e Objetivo:
O texto tem como objeto de estudo a “nova classe média”, e como objetivo desenvolver uma interpretação crítica sobre esta, de modo a inseri-la no contexto histórico brasileiro da renda e do capital cultural.
Argumentos:
Inicialmente, o autor explicita a noção do “censo comum” a respeito da nova classe média: são emergentes, que tiveram acesso ao mercado de consumo. Símbolo do processo de transformação para a categoria de país desenvolvido, de “primeiro mundo”. Para o autor, essa constatação da “nova classe média” é uma interpretação triunfalista que pretende esconder contradições e ambivalências do capitalismo financeiro – efeito do mercado liberal desregulado.
A partir daí, desenvolve-se a ideia de quais foram os fatores determinantes nesta ascensão social: Nova dominação do capitalismo financeiro no Brasil; Fortalecimento das instituições familiares. A análise é proposta por meio de um olhar de entre o Liberalismo – que percebe as classes sociais como produto da renda diferencial dos indivíduos – e o Marxismo, que restringe a análise ao “lugar na produção”.
Outro fator ressaltado no texto é o esquecimento da herança imaterial, isto é, a inserção do capital cultural na compreensão de classe social. É este por sua vez que assegura os privilégios das elites. As classes dominantes se definem pelo acesso ao prestígio social, ou seja, tudo aquilo que a imensa maioria dos homens e mulheres desejam na vida em sociedade – em maioria das vezes recursos escassos – é de privilégio das elites. É por meio do monopólio ao acesso do capital cultural que se nega toda a “construção social do privilégio”, sua evolução histórica, assegurada pelas instituições familiares e seus mecanismos de socialização. Tenta-se