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Douglas Henrique Santarelli Menezes1
Resumo: A partir do conto de Rubem Alves, “O Sonho dos Ratos”, analisa-se o processo de independência dos povos latino-americanos, inclusive o Brasil, propondo que as elites latino-americanas assumiram o papel dos antigos colonizadores perante a população, retendo seus privilégios e negando-lhes os ideais revolucionários da independência.
Introdução
O presente trabalho tem a finalidade de demonstrar como, na própria literatura produzida nos países latino-americanos, reflete-se a questão da luta pela independência pelas quais passaram essas nações e as influências que estas sofreram no campo ideológico. Para questões de delimitação do assunto foi escolhido o conto infantil, “O sonho dos ratos”2, escrito pelo teólogo e escritor brasileiro Rubem Alves. Neste conto procurar-se-á enfatizar a questão do sonho pela independência evidenciado no desejo que os ratos tinham pelo queijo fortemente guardado pelo gato (símbolo do colonizador e dominador), a questão das influências ideológicas que a Revolução Francesa produziu na mente dos revolucionários latino-americanos (evidenciada na postura dos ratos intelectuais) e ainda a problemática do processo de conservantismo que gera o parasitismo (presente na tomada do queijo pelos ratos que logo passam a brigar entre si).
O conto “o sonho dos ratos” Basicamente pode-se resumir o conto de Rubem Alves da seguinte maneira: existiam, vivendo em um buraco, diversos ratos de diferentes espécies (políticos, cidadãos, intelectuais etc), todos, no entanto, tinham o mesmo sonho: o queijo maravilhoso e saboroso que ficava sobre uma mesa próxima ao local do buraco onde viviam. Havia, porém, um problema: o gato. Ele vigiava qualquer movimento dos ratos no intuito de impedi-los de chegar ao seu objetivo que era o queijo. Quanto mais sonhavam com o queijo, mais parecia que o