Jessica Alinne
Muito antes de Lutero haviam se criado situações, haviam sido difundidas idéias, despertados sentimentos que provocaram e possibilitaram o conflito com a Igreja de então.
Antecedentes da reforma
A reforma deve ser vista como um período entre a Idade Média e a Idade Moderna. A tensão existente entre Sacerdócio e Império caracteriza a unidade da Igreja no sistema de cristandade medieval. Para assegurar a independência da Igreja, o papado buscou enfraquecer o poder do Império. Em conseqüência, os papas chegaram até a assumir o comando político do mundo ocidental de então. A conseqüência foi que se inverteu a ponta e, usando os mesmos argumentos dos papas, passou-se a exigir a autonomia do Estado em relação ao poder religioso. O resultado foi o surgimento das Igrejas Territoriais, isto é, de Igrejas dependentes do poder secular, que tanto podia ser representado pelo rei, príncipe como pelos conselhos municipais. Ao conceder os direitos do padroado aos reis de Portugal e de Espanha e, mais tarde, aos demais reis europeus, para assim estes fugirem das idéias do conciliarismo, os papas acabaram por estabelecer que os reis determinassem a vida religiosa e o preenchimento de cargos eclesiásticos. Nas cidades, uma burguesia muito consciente de seu poder lutoucontra os direitos do clero, especialmente contra suas imunidades fiscais e isenções jurídicas. Por outro lado, á medida que buscava diminuir o poder do clero e introduzir um governo civil, a cidade não desistia de controlar a atividade eclesial. A Igreja foi responsável pela formação literária, pelo direito, pela tradição política e pela técnica. Caso a Igreja não abdicasse do controle do saber por iniciativa própria, cedo ou tarde viria o dia em que novas forças haveriam de lutar por seu espaço. Ao não observar as maiores necessidades religiosas das pessoas, ao não verificar a emancipação dos crentes em questões de fé e ao não substituir as estruturas