Jejum pré-operatório
Atualmente existem grandes questionamentos sobre o período ideal de jejum pré-operatório. O jejum de seis a oito horas tem mostrado o benefício de evitar o risco de aspiração gástrica, Síndrome de Meldenson. Entretanto, a aspiração bronco-pulmonar observada por Mendelson foi observada em anestesias induzidas em cirurgias de urgências e posteriormente esse conceito foi expandido para outras operações, estipulando o limite máximo de 25ml de conteúdo gástrico no paciente cirúrgico, para evitar a bronco-aspiração.
O jejum noturno foi instituído por volta de 1946, quando as técnicas anestésicas, ainda eram rudimentares, portanto, mais difícil de evitar aspirações de conteúdo gástrico, assim se estabeleceu um jejum prolongado de 10 a 16 horas, e essa técnica permanece por um longo período devido o seu comodismo. Posteriormente esse tempo foi reduzido pra 8 a 6 horas.
As diretrizes atuais propostas pela American Society of Anaesthesiologists-ASA; Norwegian National Consensus Guideline-NNCG; Association of Anaesthetists of Great Britain and Ireland-AAGBI) recomendam o consumo de líquidos claros duas horas antes da cirurgia. Isso porque a resposta metabólica ao trauma cirúrgico é intensificada por um jejum pré-operatório demorado.
Com o jejum há um consumo rápido das reservas de glicogênio no fígado, estimulando a produção de glicose pela proteína muscular. E, além disso, o jejum pré-operatório contribui para a resistência a insulina, aumenta os mediadores inflamatórios, lipólise, intensificando o estress metabólico do trauma cirúrgico, principalmente em pacientes idosos.
Devido o efeito adverso causado pelo jejum prolongado e uma revisão sistemática realizada por Cochrame, evidenciou-se que a ingestão de líquidos duas horas antes da cirurgia é segura e não está relacionada com o risco de aspiração, regurgitação e de mortalidade quando comparada com os protocolos tradicionais. Outro estudo realizado