Jean françois mattei - platão
1969 palavras
8 páginas
Jean-François Mattéi começa sua análise de Platão pela arte da Dialética. Ele afirma que no cenário platônico a filosofia é articulada seguindo o cruzamento entra a palavra escrita e o dialogo. Para tanto, Platão engendra os seus discursos como um ser vivo, criando assim personagens que não tenham somente corpo, mas também voz, pensamentos. E para que esses pensamentos de cada personagem sejam elaborados com total destreza, necessita-se também que o lugar em que ocorre o drama seja feito na mais autentica harmonia com os diálogos. Tudo isso com um único objetivo: “uma imitação da vida mais bela e mais excelente”, uma tragédia autentica. Já houve diversas tentativas de classificação dos diálogos platônicos. Diógenes Laércio punha os discursos opunha o discurso diegético, ou seja, narrativo, e os discursos zetéticos, ou seja, na ordem de pesquisa, onde o diegético era dividido em teórico, metafísico ou racional, ou prático, moral ou político. E os discursos zetéticos podem ser gímnico ou agonístico; o gímnico é maiêutico, parindo as almas, persoadindo-as, levando o outro ao conhecimento; e o agonístico é endítico, ou seja, demonstrativo, refutatório. No entanto parece ser mais confiável inspirar-se em “explicar Platão por Platão”, não por esquemas de interpretações, as quais sofrem diversas interferências exteriores. O dialogo é estabelecido por uma fidelidade tripla, onde co-existem em um dialogo a: Alma do correspondente, a alma do dialético e a verdade do ser. Podemos ver nesse trecho que a verdade do ser está exterior as almas, é um fator independente, de certo modo, as almas dos dialéticos e por isso o dialético procura “parir” no outro a verdade, pois nem o dialético a possui, no entanto ele tenta fazer com que os outros a alcancem. E para tal Sócrates vincula-se ele chama de “preocupação com a alma”. É na alma, e não no corpo, que todos os males e bens de um individuo tem sua gênese, de tal maneira, que é preciso cuidar desse principio do todo. É na alma