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“A noção de cultura nas ciências sociais”Quando falamos em cultura ou identidade cultural logo nos vem à cabeça um leve sentimento de confusão. Afinal, entender e explicar estes conceitos merece cuidado. A parte o senso comum, dificilmente ouvimos o conceito de cultura, por exemplo, tal como propõe alguns autores. Isto se dá por uma distorção que temos desta conceituação. Por vezes falamos, ou ouvimos falar, que “tal pessoa tem cultura”, afirmando assim a cultura como algo que se conquiste com estudo e em livros, tal como o conhecimento. Esta inversão de conceitos torna o tema ainda mais pertinente. Por isso, a dica: “A noção de cultura nas ciências sociais”, de Denis Cuche.
Conforme o autor, o conceito de cultura obteve, há algum tempo, um grande sucesso fora do círculo estreito das ciências sociais ganhando espaço em outros debates. E, para discutir cultura é necessário ter em mente seu processo dinâmico, onde ela pode ser classificada como um conjunto de significações comunicadas pelos indivíduos de um dado grupo através da interação com outro. Cuche destaca que existe uma estreita relação entre a concepção que se faz de cultura e a concepção que se tem da identidade cultural. Mas o que é esta “identidade”?
Segundo o autor, no âmbito das ciências sociais, o conceito de identidade cultural se caracteriza por sua polissemia e sua fluidez. Ou seja, suas variadas significações. A “recente moda da identidade” de que fala o autor é o prolongamento do fenômeno da exaltação da diferença que surgiu nos anos setenta e que levou tendências ideológicas muito diversas e até opostas: de um lado os que fazem apologia da sociedade multicultural e, de outro, a exaltação da idéia de “cada um por si para manter sua identidade”. Esta dualidade de conceituações leva a pensar a identidade como resultante das diversas interações entre o indivíduo e seu ambiente social, próximo ou distante. E, é através deste ambiente que o indivíduo se localiza e é localizado. Assim, “a