Japão como potência mundial
O Japão permaneceu isolado do mundo exterior do século XVII ao século XIX, período em que foi governado pelo clã Tokugawa. Em 1639, sob o xogunato Iyemitsu, o país iniciou um período de reclusão chamado sakoku, palavra que significa 'país fechado'. A partir de então, os estrangeiros foram proibidos de entrar no país e os japoneses, de sair. Houve apenas uma exceção: as trocas comerciais feitas com os holandeses, que mantinham um entreposto comercial na cidade de Nagasáqui. Por isso, quando os norte-americanos aportaram no Japão em 1853, pondo fim ao isolamento do país e ao domínio dos Tokugawa, encontraram um país ainda feudal e defasado economicamente em relação ao mundo ocidental.
Tentando realizar seu projeto político de controle dos oceanos, os norte-americanos forçaram a abertura do Japão através do Tratado de Kanagawa, assinado em 1854. Essa abertura acelerou a desintegração do sistema feudal japonês e, em 1868, encerrou-se o domínio do clã Tokugawa. Esse ano marcou o fim do xogunato e a restauração do império, com a ascensão do imperador Mitsuhito. Esse novo reinado, conhecido como Era Meiji, palavra que significa "governo ilustrado", estendeu-se até 1912 e foi marcado por políticas modernizantes do Estado japonês: investimentos na criação de infraestrutura (ferrovias, portos, minas etc.) e de fábricas; maciços investimentos em educação, agora universalizada e voltada à qualificação de mão de obra; abertura à tecnologia e aos produtos estrangeiros. A Constituição de 1889 estabeleceu o imperador como chefe "sagrado e inviolável" do Estado e estabeleceu também a Dieta (Parlamento). O xintoísmo havia sido declarado religião oficial