Jalecos podem transportar bactérias
Jalecos viram acessório de moda por quem trabalha na área da saúde. Em João Pessoa, é fácil identificar essas pessoas nas ruas, levando a peça no corpo, pendurado no braço ou apoiado nos ombros. Agora o que muita gente não imagina, e os profissionais da área ignoram, é que os famosos jalecos alvejantes podem transportar uma infinidade de bactérias. A reportagem de O Norte flagrou inúmeras negligências, a mais grave, no Hospital Maternidade Cândida Vargas, . Enfermeiras, vestidas com a indumentária, foram vistas sentadas em calçadas sujas, fumando e encostada numa parede encardida de lama enquanto falava ao celular.
O risco não é apenas na transferência de bactérias de fora para dentro dos hospitais. O grande problema é o profissional de saúde levar, através das suas roupas e vestimentas que ele usou no hospital, infecções para a sua família e com as pessoas que ele convive fora do ambiente hospitalar. Infectologistas afirmam que 90% das bactérias que ficam no tecido resistem até 12 horas na roupa.
As profissionais abordadas pela reportagem durante o momento de descuido, apesar de confirmarem ser conscientes dos riscos contra à saúde devido ao mau uso do equipamento individual, nenhuma conseguiu dar uma resposta concreta sobre a irresponsabilidade que estavam cometendo. Segundo portaria do Ministério do Trabalho, os profissionais da área da saúde só devem usar o uniforme nos locais apropriados. Quem usa os jalecos fora desses ambientes pode transmitir bactérias que ficam nos tecidos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não tem uma regra específica sobre o assunto, mas reconhece que há risco.
Adeilda Silvério, técnica de enfermagem, trabalha no município do Conde e acompanhava uma paciente gestante até a Maternidade Cândida Vargas, quando foi observada pela equipe do O Norte trocando o jaleco ao sair da ambulância para entrar na unidade hospitalar. Segundo Adeilda, é raro suas colegas de trabalho tomar