Jacobs, Jane “Morte e Vida de Grandes Cidades”
As ruas das cidades servem a vários s além de comportar veículos; calçadas – a parte das ruas que cabe aos pedestres – servem a muitos fins além de abrigar pedestres. Esses usos estão relacionados à circulação, mas não são sinônimos dela, e cada um e, em si, tão fundamental quanto a circulação para o funcionamento adequado das cidades.(p 29)
(...) retornando ao primeiro problema, se as ruas da cidade estão livres da violência e do medo. Quando as pessoas dizem que uma cidade, ou parte dela, é perigosa ou selvagem, o que querem dizer basicamente é que não se sentem seguras nas calçadas.
(...) As calçadas, os usos que as limitam e seus usuários são protagonistas ativos do drama urbano da civilização versus a barbárie. (...) (p 30)
(...) Diferem das cidades pequenas e dos subúrbios em aspectos fundamentais, e um deles é que as cidades grandes estão, por definição, cheias de desconhecidos. (p 30)
O principal atributo de um distrito urbano prospero é que as pessoas se sintam seguras e protegidas na rua em meio a tantos desconhecidos. (p 30)
(...) “Eu moro num bairro residencial maravilhoso, tranquilo”, me diz um amigo que está procurando outro local para morar. “O único barulho desagradável durante a noite, de vez em quando, são os gritos de alguém sendo assaltado.” Não é preciso haver muitos casos de violência numa rua ou num distrito para que as pessoas temam as ruas. (p 30)
(...) Conjuntos habitacionais de renda média. O chefe do distrito policial de um empreendimento desse tipo, elogiado em todo o pais (pelos urbanistas e pelos financiadores) não só censurou recentemente alguns moradores por ficarem fora de casa do anoitecer, como também recomendou que nunca abrissem a porta para desconhecidos. (p 31)
A primeira coisa que deve ficar clara é que a ordem publica a paz nas calçadas e nas ruas – não é mantida basicamente pela policia, sem com isso negar sua necessidade. É mantida