Jacobina na visão de cronistas, viajantes e cartógrafos
Raphael Rodrigues Vieira Filho O presente texto foi realizado com informações levantadas tendo como base a produção de cronistas dedicados a relatar suas viagens aos sertões brasileiros, nos tempos coloniais, cronistas dedicados ao levantamento das riquesas coloniais e cartógrafos imperiais e republicanos, a maioria deles ligados aos Institutos Históricos. A intenção era localizar os que estiveram na região das Jacobinas, trazendo informações da vida quotidiana de suas populações. Alerto que esse é apenas um texto inicial e o texto só foi trabalhado com uma parte dos autores lidos. As leituras realizadas tem deixado claro as limitações dessas obras e autores, a central é a visão estrangeira implícita, quase todos os cronistas são estrangeiros e os brasileiros foram formados em universidades européias. Esse olhar de fora para dentro ocasionou um estranhamento, construindo uma imagem da natureza como exótica e da população marcada pela heterogeneidade, composta de brancos, negros livres e escravizados e índios, todos indolentes, ignorantes ou incivilizados, pelos mais diferentes motivos. As contribuições, dessas leiturasreside no fato de trazerem dados importantes sobre as rotas e caminhos percorridos e criados nos diversos momentos, a região e suas especificidades ao longo do tempo. Vários autores estiveram ou falaram de Jacobina. Cronologicamente o mais antigo foi André João Antonili. Essa obra dedica uma parte sobre “Cultura e Opulência do Brasil pela abundância do gado e courama e outros reais que se rematam nesta conquista”ii, traz informações valiosas sobre os caminhos percorridos pelos tropeiros levando as boiadas. Antonil escreveu que as boiadas vindas do Piauí, Pernambuco, barra dos rios de Iguaçu, Parnaguá (talvez o correto seja Paranaguá) e rio Preto iam quase todas para a Bahia “por lhes ficar melhor caminho pelas Jacobinas, por onde passam e descansam”iii. Em tempos de seca as boiadas vindas desses