ja fiz
Nome: Carlos Tadeu Bin
47 anos, pintor de paredes
'Fui preso por tráfico em 1999. Cumpri pena de três anos e dois meses. Saí da prisão há sete meses. Cheguei a concorrer a uma vaga de motorista numa transportadora. Fui elogiado na prova de direção, mas, quando souberam que eu era ex-presidiário, o discurso mudou. Disseram que eu não tinha passado no exame. Por isso, arrumei um trabalho que não precisa de ninguém. O ruim é perder a confiança dos outros. Na hora que você sai da cadeia, só é valorizado pelo pessoal do crime. Para fazer coisa errada, o pessoal te convida. Difícil é fazer o certo. Mas tenho esperança. Há um mês, eu me inscrevi aqui em São Paulo num curso de construção civil. Quero aprender a mexer em instalações elétricas e hidráulicas.'
Inclusão social’ é uma expressão muito em moda, principalmente a partir dos anos noventa, com a expansão das chamadas ‘Organizações Não-Governamentais’ (ONGs),… instituições que, por meio de capital de terceiros (quase sempre dinheiro público), desenvolvem ações de caráter social em áreas específicas, previamente definidas. A inclusão social pressupõe a integração ou reintegração, na sociedade, daqueles que, por razões diversas, encontram-se à margem de um contexto de mínima qualidade de vida.
Mas, de fato, a inclusão social ocorre em nível satisfatório?
Infelizmente não possuo dados estatísticos sobre quaisquer formas de inclusão social, de modo a poder analisar uma série temporal e saber, por fim, se o volume de dinheiro empregado nessas ações resultou em um número satisfatório de pessoas socialmente incluídas. No entanto, pode-se analisar essa questão por outro ângulo. De acordo com o professor Cristóvam Buarque, quando se trata de vidas humanas, se todo dinheiro do mundo for gasto para salvar apenas uma única vida, já terá sido válido. Esse é um extremo do humanitarismo que me agrada. Por isso mesmo, não vou questionar, aqui, a expansão das ONGs nos últimos vinte anos, nem os