IZUNOME
Personagens reais sempre tiveram suas vidas retratadas em filmes que visam tornar de conhecimento público o que essas pessoas fizeram. Muitas vezes, conhecemos de perto a vida de grandes astros e estrelas do cinema ou da música, mas, muitas vezes, conhecemos figuras que, não fosse uma pesquisa bastante específica, decerto permaneceriam ocultas de nós. “Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento” nos apresenta a personagem-título, uma mulher esforçada, à procura de um emprego, que se deparou com uma situação extremamente perigosa, que necessitava de olhos atentos e ferocidade mordaz para ser solucionada: a coerção que uma grande empresa fazia sob os moradores vizinhos à fábrica para que eles vendessem suas casas depois de tê-los, sem que eles soubessem, infectado com um elemento químico extremamente inapropriado para o contato humano.
Essa produção de Steven Soderbergh, encabeçado por Julia Roberts e Albert Finney, é uma obra bastante sóbria sobre, de modo sobressalente, a coragem de uma mulher comum. Não se trata de uma obra crítica sobre corrupções político-financeiras, sobre o universo criminoso de um capitalismo desumano. O filme é, decerto, sobre uma pessoa que se sentiu penalizada e enojada pelo modo como essas pessoas foram expostas a um risco que, como vemos, lhes custará a vida, a curto ou longo prazo. Ainda que a abordagem seja grandiosa e percorra temas problemáticos, a trama mesmo gira em torno da vida de Erin e seu comportamento – bem como sua perspectiva – em relação às coisas que a cercam, desde o convívio com os colegas de trabalho e com os filhos até a necessidade especial que as pessoas afetadas pela fábrica demandam.
O título nacional me soa como uma piada em relação àquilo que Erin é. Parece que sua formação sem ensino formal não a permitisse ter talento ou vocação para aquilo a que ela decidiu se dedicar. O tempo todo, vemo-la afirmando sua não-graduação, ou seja, ela não é a uma advogada, mas, simultaneamente,