Itapetinga
O rápido crescimento de Itapetinga com a industrialização não foi acompanhado de uma melhoria na estrutura do território. O desempenho de atividades essenciais, como o abastecimento de água, a saúde e a segurança, não se desenvolveram junto com a economia e constituem um dos entraves para que a região se desenvolva.
Um dos constrangimentos é a inexistência de um Instituto Médico-Legal (IML) na região, o que obriga as prefeituras a levarem os falecidos para Vitória da Conquista, a 95 km de Itapetinga.
Quando retornam, os corpos já chegam em um estado de degradação que os impede de ser velados, tendo que ser logo enterrados. Também os doentes mais graves precisam ser levados para Conquista, já que o hospital municipal não dá conta desses atendimentos. “Vamos lutar por um hospital regional”, diz o prefeito de Itapetinga, José Carlos Moura (PT).
Falta água - O abastecimento de água, projetado há décadas, também já começa a se tornar deficitário, afetando atividades industriais (empresas precisam furar poços artesianos para suprir suas demandas) e também o dia-a-dia da população. No bairro de Vila Aurora, a aposentada Maria Alves Lima, 68 anos, acorda meia-noite todos os dias para encher os baldes de casa com água. Esse é o único horário que o líquido chega aos moradores do local, uma das zonas de baixa renda dentro da cidade. “De manhã a água já fica fraquinha, não dá pra nada”, conta ela, que mora com um filho já adulto e sofrecom problemas de pressão.
De ocupação recente, próximos ao distrito industrial, Vila Aurora e bairros vizinhos ainda têm ruas sem asfalto e cheias de mato. Casas pequenas e sem acabamento compõem uma paisagem de pobreza.
Na rua onde mora dona Maria, a grande queixa é em relação a um esgoto a céu aberto, do qual se exala um fortemaucheiro. “Vai fazer 11 anos que moro aqui, mudam os políticos, eles dizem que vão resolver,masfica tudona mesma”, diz.
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