italia medieval
O autor viaja no tempo mil anos atrás para constatar as origens que permitiram diferenças de padrão cívico entre as regiões italianas. Foi no período medieval que “a Itália criara as estruturas políticas mais adiantadas do mundo cristão” (p. 133). É nesse momento que se constituirão “em diferentes partes da península dois regimes políticos nitidamente distintos e igualmente inovadores, que vieram a ter amplas consequências sociais e políticas” (p. 133).
Tanto o sistema bizantino no Sul, quanto o germânico no Norte, após a fase de debilidade,passaram a ser comandadas por forças locais. No caso do Sul, “o colapso do governo central foi relativamente curto, tendo surgido um poderoso reino normando alicerçado por tradições bizantinas e árabes” (p. 133). No Norte, prevaleceu “quase que inteiramente o princípio da autonomia local. Nessa região, que se estende de Roma até os Alpes, as características da sociedade italiana medieval puderam evoluir mais plenamente; lá as comunas se tornaram verdadeiras cidadesEstados, de modo que a região pode com propriedade ser denominada Itália comunal” (p. 133).
No Sul, “os reis normandos patrocinaram um extraordinário florescimento das artes grega, árabe,judaica, latina e italiana, bem como da arquitetura e das ciências” (p. 133134). Foi em Nápoles,em 1224, que surgiu a primeira universidade pública europeia, enquanto que na Sicília estava a burocracia mais adianta do mundo ocidental. Apesar disso, no campo político e social, o modelo sulista era estritamente autocrático, onde se afirmava o “monopólio da monarquia sobre a provisão da justiça e da ordem pública, bem como um enfático endosso aos privilégios da nobreza feudal”(p. 134).
Na sequência, com a morte do rei Frederico, “o poder real começou a decair, os barões do Sul ganharam poder e autonomia, porém o mesmo não ocorreu com as cidades da região. Com o passar dos séculos, a pronunciada hierarquia social tornouse mais e mais dominada por uma