Isótopos Radioativos
Os isótopos radioativos, ou seja, aqueles que emitem algum tipo de radiação são também ferramentas essenciais na agricultura moderna. No Cena, estudo semelhante ao que é feito com o isótopo estável do Nitrogênio (N-15), é realizado com os elementos não-estáveis Fósforo-32, Enxofre-35, Cálcio-45, Zinco-65, Manganês-54 e Ferro-59, para entender a absorção destes nutrientes nas culturas. As pesquisas permitem saber, por exemplo, entre as várias fontes de um determinado nutriente, aquelas que são mais eficientes no aumento da produtividade da planta. Além disso, pode-se medir o grau de absorção do adubo via folhagem. Para Takashi Muraoka, professor e pesquisador do Cena, os benefícios da pesquisa são, por um lado, a economia em fertilizantes agrícolas e, por outro, a preservação do meio ambiente. “Se a planta não aproveita todo o insumo, há desperdício e um prejuízo econômico. E como adubo é um insumo caro, não pode haver perda. O estudo tem também o objetivo de evitar a poluição, pois se uma cultura absorve apenas 30% de um determinado fertilizante, o que for colocado a mais corre o risco de atingir o lençol freático”, explica. Recentemente, o Laboratório de Fertilidade do Solo do Cena está participando, juntamente com a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), de um projeto para pesquisar o melhor manejo de fertilizantes no Cerrado brasileiro, com o uso de técnicas nucleares. Participam do projeto, além do Brasil, Venezuela, México, Cuba, África do Sul, Benin, Burkina Faso, Alemanha, EUA e Austrália, estes três últimos como colaboradores. “Todos esses países possuem terras com características semelhantes ao Cerrado brasileiro, como a acidez e a deficiência de Nitrogênio e Fósforo”, diz Muraoka. No Cena, os radioisótopos também são usados no estudo da nutrição animal. A finalidade é compreender a cinética de alguns minerais, entre os quais estão o Fósforo e o Cálcio radioativos, no