Irmandade homens pretos
A disputa pelo poder temporal e espiritual que envolveu a Igreja Católica durante a Idade Média, dentre outras coisas, provocou em alguns religiosos o desejo de se recuperar os princípios dos primórdios do Cristianismo: fé e caridade. Em virtude disso, muitas ordens religiosas foram criadas com o objetivo de se restaurar a verdadeira espiritualidade da Igreja, que estava sendo corrompida por conta da postura política assumida pelo clero na época. Assim surge a ordem de São Francisco de Assis, a ordem dos Dominicanos, e diversas outras.
Aqui ressaltaremos os Dominicanos, porque foram eles que por volta do ano 1200 introduziram a devoção a Nossa Senhora do Rosário. Por inspiração da Virgem Maria, São Domingos de Gusmão cria o rosário utilizado até hoje pelos católicos nas orações à Nossa Senhora.
Esta prática de fé dos religiosos Dominicanos alcança os leigos. Em 1408 surge na Alemanha a primeira Irmandade de Nossa Senhora do Rosário.
A tradição européia chega ao Reino do Congo na África por meio dos portugueses e Dominicanos.
A região do Congo foi uma das principais alimentadoras do tráfico de escravos para o Brasil. Dessa forma os bantus (como são denominados o conjunto de povos provenientes dessa localidade do território africano), foram introduzidos no país a partir do século XVI e muitos deles já eram irmãos do Rosário. E logo a devoção a Nossa Senhora do Rosário ficara atrelada a Irmandade dos Homens Pretos.
No período colonial as Irmandades eram organizações sociais de leigos católicos fundamentas também na prática da fé e da caridade. A Irmandade do Rosário era composta da seguinte forma hierárquica: Mesa Administrativa, o Conselho de Irmãos, a Coorte e o Estado Maior com suas Guardas.
No geral o ápice das atividades das Irmandades eram as festas que realizavam em homenagem aos seus santos de devoção. Cada Irmandade tinha o seu santo padroeiro. As Irmandades dos Homens