Ipanema ontem hoje e sempre
Ana Carolina Nowicki, Carolina Bergier e Rachel Lemos
Poesia à beira-mar
80
Janeiro/Junho 2007
s primeiros moradores foram os índios tamoio, para quem “ipanema” queria dizer “água ruim”. Por volta de 1575, os colonizadores portugueses dizimaram os indígenas e ali instalaram o Engenho Del Rei. Entre várias desapropriações, doações e leilões, a área conhecida como Praia de Fora mudou de mãos várias vezes até ser comprada pelo comendador Francisco
José Fialho, que a repassou ao filho, José Antônio
Moreira Filho, mais conhecido como Barão de Ipanema. Em 1884, surgia a Vila Ipanema.
Em 1886, a área nada mais era que um desvalorizado areal da Fazenda Copacabana. Só era possível chegar ao local de barco ou a pé. Apesar dos obstáculos naturais, o Barão decidiu explorar a área comercialmente e esboçou uma planta do futuro bairro com 19 ruas e duas praças. Com a extensão da linha de bonde até a Praia da Igrejinha (atual Posto 6),
Ipanema cresceu.
Nos anos 1940 e 50, não existia vida cultural no bairro. Mas, a partir da década de 1960, o bairro começou a exportar modismos. Era na Avenida Vieira
Souto que os jovens encontravam-se para estabelecer comportamentos à frente de seu tempo. A partir de então, Ipanema tornou-se um símbolo de vanguarda para o país.
Do Arpoador ao “Coqueirão”, é possível elaborar uma síntese da migração dos jovens pela praia desde a década de 1950 até o início dos anos 1980. A região do Arpoador é lembrada como o “berço do surf no Brasil” e um dos primeiros pontos a reunir os banhistas do bairro. Para o escritor e cartunista Jaguar, autor do livro Ipanema, se não me falha a memória
(2000), “o Arpoador desponta como um dos espaços mais significativos da memória dos antigos freqüentadores das praias de Ipanema”.
Na década seguinte, o principal ponto de encontro da juventude ipanemense foi o Píer – local onde se construiu uma grande plataforma de 200 metros mar adentro para a