Invite your friends to play Pudding Pop!
Mas é através de Duarte, filho de António, que servira nas campanhas portuguesas na África e nunca mais fora o mesmo, que acompanhamos o desenrolar dos acontecimentos. Duarte é um menino com um talento nato para a música, mas sua relação com ela é bastante incomum, em grande parte por ter surgido quando ganhara um piano sem baterias, o que fazia com que nenhum som saísse do aparelho. Assim, para ele, o ato de tocar estava, de um maneira um tanto estranha, dissociada da música que saía – ou deveria sair – do instrumento: uma coisa eram seus dedos nas teclas, outra a música que dali surgia.
Duarte cresce envolto nas memórias de seu avô e seu pai, mas elas não são filtradas para o menino, ele é que as absorvem há medida em que estas lhe são narradas, não importando o quão chocantes e inadequadas ao menino muitas vezes possam ser.
O que não me sai da cabeça é o tom nostálgico de toda a obra. O autor narra as transformações por quais Portugal vive, que incluem guerras e a ditadura, através de fatos que influem de uma forma ou outra ao dia-a-dia dos Mendes. Por vezes, o uso de flashback joga luz a algum fato que tenha ficado obscuro, mas isto é feito de uma maneira que não parece tão óbvia, e o leitor mais esperto conseguirá relacionar alguns pontos importantes.
Se Duarte é um personagem apaixonante – justamente por não ser nada óbvio ou transparente – meu interesse nele se deu após o relato do Índio. Até o ler, o personagem que mais me chamava a atenção era a figura do doutor Augusto Mendes, o tipo de personagem que tem todos os pontos