introdução
A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta 0,3% da população e apresenta maior incidência entre os homens. É uma afecção comum em idosos e representa um grave problema de saúde pública, por apresentar prevalência crescente de 1% aos 60 anos para 4% na população acima de 80 anos1.
Classicamente, a DP caracteriza-se por tremor em repouso, rigidez, hipertonia plástica, bradicinesia e grave comprometimento do equilíbrio2. Contudo, os sintomas motores clássicos coexistem com prejuízo nos domínios cognitivos, variando de déficits sutis de memória e atenção, a evidente quadro demencial3. Trata-se de uma doença progressiva, de evolução crônica, de etiologia idiopática e altamente incapacitante.
Em pacientes com DP, as vias dopaminérgicas sofrem degeneração, levando a déficits de neurotransmissores nas sinapses do sistema nervoso central3. A queda nas taxas de dopamina se dá por um processo de apoptose de neurônios da pars compacta mesencefálica, associada à formação de agregados fibrilares compostos pela proteína α-sinucleína4,5.
Conforme relatam McKinlay et al.6, outros sinais que podem ocorrer concomitantemente à evolução da DP envolvem sintomas neuropsiquiátricos. Para esses autores, mais de 77% de pacientes analisados relataram apresentar algum distúrbio neuropsiquiátrico, sendo os sintomas depressivos os mais característicos7. Stella et al.8 corroboram o estudo anterior, demonstrando que depressão, disforia, ansiedade e mudanças de apetite são sintomas altamente frequentes na DP.
Particularmente no que se refere à depressão, estudos comprovam uma importante associação dessa variável com declínio motor na DP, gerando piores escores na realização das atividades instrumentais da vida diária9. Dickson et al.10 argumentam que, enquanto o substrato anatômico da depressão na DP ainda não esteja completamente elucidado, há indícios de comprometimento dos neurotransmissores norepinefrina e serotonina, causando os