INTRODUÇÃO Á ARQUITETURA
PROF: Daniel Bruno Momoli
ARQUITETURA E URBANISMO
Cidades Medievais, Renascimento e Barroco
CAÇADOR
2014
O RURAL E O URBANO NAS FREGUESIAS DE COIMBRA NOS SÉCULOS XIII E XIV
Este período de intermitência entre épocas de ocupação cristã e muçulmana foi profundamente marcante no que diz respeito ao espaço físico da urbe e à sua personalidade social e cultural. Na verdade, localizada no centro de Portugal, Coimbra é, simultaneamente, uma cidade episcopal do tempo romano-visigótico e uma cidade moçárabe, onde muitos dos lugares de culto sobreviveram em tempos de ocupação islâmica. a centralidade de Coimbra começou a ser ameaçada pela anexação de outros importantes centros urbanos, como Lisboa e Santarém, Coimbra perdeu definitivamente a primazia de principal centro de poder político, na medida em que a corte passou a estanciar, durante iguais ou maiores períodos de tempo, naquelas duas cidades.
Em síntese, se na entrada da segunda metade do século XII, Coimbra surgia como a maior cidade portuguesa, no início do último quartel do século XIV, era a Lisboa que cabia essa distinção, Focos de povoamento polarizados em torno de um templo religioso, as paróquias medievais funcionavam, não só como células de espiritualidade, mas também como unidades de enquadramento socioeconómico.
Entre o Castelo e a Alcáçova encontrava-se a paróquia de S. Pedro, polarizada em torno da igreja e do seu adro, onde se situavam algumas habitações e, pelo menos, uma torre no exterior do templo. Os seus fregueses seriam, na sua maioria, funcionários do concelho, da administração e da justiça régia, tabeliães e escrivães, sendo ainda preponderante a presença dos eclesiásticos. No século XIV, o estudo dos contratos de exploração de propriedade desta igreja revela que esta freguesia continuava a ter um cunho bastante rústico. Ainda nesta paróquia, mas junto ao castelo da cidade