Introdução a teologia
1.1. Preparando o caminho – Fenomenologia da religião
Antes de iniciarmos a trajetória de apresentação a que nos propomos, gostaríamos de fazer a lembrança de alguns aspectos que merecem atenção de qualquer pessoa que julgue importante a vida em sociedade. Ao longo da história mais recente da humanidade a religião tem encontrado críticas bastante duras, e bem elaboradas, quanto a sua legitimidade e coerência. Críticas como as de K. Marx, S. Freud e F. Nietzche, têm convencido muitos religiosos. Então, mesmo não pretendendo realizar uma reflexão mais abrangente, convidamos os leitores e leitoras para uma reflexão que será nosso pressuposto para o diálogo. Observando a natureza com um pouco mais de cuidado, verifica-se que nela, praticamente, não existem problemas sem solução. Os ciclos biológicos se repetem sem questionamentos. No entanto, dentro da natureza existe uma exceção: a pessoa humana. Pode-se afirmar que desde a concepção brotam as interrogações. Logo ao saber da notícia de uma nova vida se iniciam as perguntas: como ela será? O que ela será? Do que gostará? Como educá-la? Por isso, a pessoa humana não está condicionada totalmente pelo biológico, pois é possível modificá-lo. De certa forma a pessoa humana faz o seu próprio corpo. Ela se recusa em ser simplesmente animal. Ela não se adapta pura e simplesmente à natureza. Pode-se concluir, então, que o ser humano é essencialmente criador. Ora, o processo de recusa ao conformismo em relação à natureza é que levou toda humanidade à construção da chamada cultura (conjunto de sentidos, significações, valores e padrões incorporados na estrutura vital de um determinado grupo humano). O ser humano construiu casas, plantou jardins, inventou músicas e festas. Percebeu-se como ser que chora e ri, que ama e odeia, que tem virtudes e defeitos. Um ser que é capaz de sentir dor e sofrer pelo fato de estar longe da pessoa amada: a saudade. Um ser que muitas vezes, para dizer que ama, precisa