Introdução a Spinoza
O século XVII foi um período marcado pela famosa controvérsia entre os antigos e os novos, um dos momentos mais significativos da ruptura explicita com a tradição clássica antiga. Os modernos defendem nas artes e nas letras o progresso, análogo ao da ciência e da técnica. Sendo o novo considerado superior ao antigo, e, portanto não há razões para buscar no período clássico os padrões estéticos. O recurso, de inspiração cartesiana, ao método geométrico, á dedução como forma de demonstração racional de verdades, é um traço comum aos pensadores modernos. E é justamente o que faz Spinoza, inicia sua obra a partir de Aristóteles, formulando assim uma ligação direta do passado com o presente.
Baruch Spinoza filosofo nascido em Amsterdã, de família judia, de origem portuguesa, foi um dos pensadores mais originais de sua época, tendo sofrido influencia da tradição religiosa e filosófica judaica na qual se formou, bem como a das filosofias escolástica, renascentista e cartesiana. Em sua obra A Ética Spinoza, revela sua preocupação racionalista, com a clareza e o rigor argumentativo, é uma obra sistemática onde Spinoza critica toda forma de poder, quer político quer religioso, na tentativa de elucidar os obstáculos da vida, ao pensamento e à política livres.
Em suas definições iniciais, a questão do ser, que trata em termos de noção de substancia, algo cuja existência depende apenas dela mesma, dada esta definição pode-se concluir que só Deus pode satisfazê-la perfeitamente, portanto Deus que Spinoza identifica como própria realidade, já que é a única substancia, ocupa o centro deste sistema. Os modos e atributos dessa substancia, Deus, suas propriedades e características, por sua vez, o que possibilita que a inteligência humana aprenda.
Essa obra demonstra sua preocupação com a verdade na sua forma mais racional, ao usar o método geométrico, de dedução como procedimento racional de demonstração por excelência.