Introdução: a invenção das tradições
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
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CURSO GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
ALUNA: Bruna da Rocha Silveira
Abril de 2013
Texto: HOBSBAWN, Eric. “Introdução: a invenção das tradições”. In: HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1997, p 9-23.
Tradições inventadas de um passado recente.
Apresento aqui breve resenha da introdução de “A invenção das tradições”, escrita por Eric Hobsbawn. O autor inicia seu texto deixando clara sua ideia principal de que “muitas vezes, “tradições” que parecem ou são consideradas antigas são bastante recentes, quando não são inventadas” (p. 9). Seguindo esta linha, faz algumas observações importantes sobre as tradições genuínas, as tradições inventadas, e mais adiante, fala sobre a diferença entre tradições e costumes.
Hobsbawn mostra sua definição para tradição genuína e tradição inventada. Afirma que as tradições genuínas seriam aquelas que surgem naturalmente, que são difíceis de localizar temporalmente, não sendo possível estabelecer quando começaram. Enquanto as tradições inventadas são, predominantemente, um conjunto de práticas e ritos que tem por objetivo a fixação de valores e normas de comportamento, para que seja estabelecida uma continuidade em relação ao passado. Para exemplificar esta continuidade artificial, o autor remonta a escolha de um estilo arquitetônico, que é trabalhado como uma reação a situações novas, mas funciona como referência a situações anteriores.
Em um segundo momento, apresenta a diferença entre tradição e costume (vigente nas sociedades “tradicionais”). A tradição tem por objetivo e característica a invariabilidade, impondo práticas fixas com a repetição. Já o costume tem a função de abrir espaço para as inovações, porém, muda até certo ponto, pois é limitado pela “exigência de que deve parecer compatível ou idêntico ao precedente” (p. 10).