Introdução a ciencia da sociedade
Os movimentos sociais contemporâneos são movimentos que surgiram no final do século XX e têm na transformação cultural grande parte dos meios e fins de sua ação.
Em princípio, os movimentos sociais se faziam através de uma identidade de classe social, consistindo basicamente como movimentos operário-sindicais, organizados a partir do mundo do trabalho. A referência classista dos movimentos sociais, nas últimas décadas tornou-se inadequada na medida em que as posições de classe perderam a estabilidade, com os sujeitos assumindo, ao longo da vida e conforme as circunstâncias, diferentes identidades que já não decorrem diretamente das relações de produção.
A velha divisão de conceitos entre proprietários dos meios de produção e vendedores da força de trabalho (ou simplesmente patrões x empregados) como duas identidades opostas, complementares e historicamente bem estabelecidas deu vez a numerosas formas de identificação social autonomizadas, como negros, gays, ambientalistas, ruralistas, feministas, pacifistas, veganistas, imigrantes, indígenas, consumidores, trabalhadores sem teto ou sem terra, ativistas anti-globalização, atingidos por barragens etc.
No principio dos movimentos sociais os protagonistas principais eram os trabalhadores pobres e assalariados (“Proletários de todo mundo, uni-vos”, proclamava Karl Marx no Manifesto Comunista), atualmente os movimentos sociais incorporam tanto segmentos da classe média quanto pessoas à margem do mercado de trabalho. Normalmente os atuais movimentos sociais se articulam através de redes - constituindo pautas reivindicatórias coletivas, convergindo interesses, organizando ações conjuntas e buscando visibilidade social.
Outra característica dos movimentos sociais comtemporâneos ou atuais movimentos sociais é que, à diferença dos primeiros movimentos sociais, não visam “tomar o poder” pela conquista do Estado, mas geralmente constituem espaços políticos não-institucionais a partir dos quais procuram afetar