Introdução do projeto de pesquisa
O traumatismo dentário é uma agressão ao dente e ao periodonto, cuja extensão do dano tem relação com a intensidade, o tipo e a duração do impacto (ZEMBRUSKI-JABER et al., 2006). Quando ocorre em dentes decíduos, devem-se analisar as supostas sequelas no sucessor permanente devido à proximidade dos dentes decíduos com o germe dentário, havendo uma espessura óssea inferior a 3 mm separando essas duas estruturas (KRAMER; FELDENS, 2005; LOSSO et al., 2011). A maior prevalência das lesões traumáticas na dentição decídua ocorre em crianças de 1 a 4 anos de idade. Nessa fase, a criança está em pleno desenvolvimento motor, aprendendo a andar e correr, e ainda não realiza movimentos precisos. A falta de coordenação motora aliada à curiosidade inerente à infância aumenta a vulnerabilidade de ocorrer traumatismo na região da cabeça, principalmente na boca (KRAMER; FELDENS, 2005; ASSUNÇÃO; CUNHA; FERELLE, 2007; LOSSO et al., 2011). As causas mais comuns de fraturas são quedas da própria altura e impacto contra objetos. Crianças menores costumam sofrer mais acidentes dentro de casa, e crianças maiores acidentam-se com mais frequência na rua. São os incisivos centrais superiores os dentes mais acometidos por traumas na infância (ASSUNÇÃO; CUNHA; FERELLE, 2007). As alterações no germe dentário permanente variam de acordo com o seu estágio de desenvolvimento (KRAMER; FELDENS, 2005). Alguns estudiosos consideram a idade por volta dos 04 anos a mais susceptível a ocorrer sequelas na dentição permanente devido a traumas ocorridos na dentição decídua, uma vez que a coroa dos incisivos encontra-se em formação, completando sua calcificação (estágio 6 de Nolla). A possibilidade de tais sequelas se torna mais evidente quando ocorre deslocamento na direção do sucessor, como movimentos de intrusão, ou quando há rompimento da parede alveolar (KRAMER; FELDENS, 2005; LOSSO et al., 2011). O diagnóstico das lesões que comprometem a dentição