Introdução: Desenvolvimento como liberdade
O objetivo deste trabalho é analisar a teoria do desenvolvimento humano por meio dos argumentos construídos por Sen (2000). Para tal o grupo realizou a leitura cruzada do livro Desenvolvimento como Liberdade do autor supracitado além de reunir-se para discutir cada capítulo da obra.
Sen (2000) aponta como discussão central o desenvolvimento como um processo que não se esgota no crescimento econômico de um país, sendo este um meio importante para se alcançar a contínua expansão das liberdades reais, que estão interligadas, das quais as pessoas podem desfrutar. Indo na contramão das correntes econômicas dominantes, o autor salienta que o fim do desenvolvimento, ao invés da pujança econômica, deve ser a liberdade. Para isso, é necessário que se eliminem os fatores que privam a expansão das liberdades, apontados por ele como: pobreza e tirania, carência de oportunidades econômicas e destituição social sistemática, negligência dos serviços públicos e intolerância ou interferências excessivas de Estados repressivos.
Em sua concepção, desenvolvimento está intrinsicamente ligado à expansão das liberdades substantivas (ter condições de evitar a fome, subnutrição, morbidez evitável, morte prematura) e instrumentais (liberdades políticas, facilidades econômicas, oportunidades sociais, garantias de transparência e segurança protetora). Segundo o autor, o desenvolvimento não tem que ser estabelecido levando em consideração apenas indicadores econômicos como, por exemplo, o PNB ou PIB, mas outros fatores que possibilitem a expansão das liberdades individuais e da capacidade dos indivíduos de serem agentes livres. Entendendo-se as liberdades substantivas como componentes constitutivos do desenvolvimento, para saber se há o progresso contínuo é necessário observar dois pontos: (1) Avaliar se houve aumento das liberdades das pessoas; (2) Identificar se as pessoas são agentes livres, participando de decisões e escolhas que geram impacto e influenciam a sociedade.