Introdução aos cursos de história
O Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), fundado em setembro de 1959 e instalado na Universidade Federal da Bahia, foi a primeira instituição acadêmica no Brasil destinada aos “estudos africano e oriental” e tornou-se um marco no país por seu trabalho voltado para o que diz respeito ao “afro”, abarcando diversas atividades como promoção de intercâmbio acadêmico, realização de eventos e desenvolvimento de estudos focando África e afrodescendentes. Ante o exposto, este estudo tem como objetivo geral recuperar a história dos cursos de extensão em História da África oferecidos pelo CEAO na década de 80. E como objetivos específicos mapear as pessoas que assistiam aos cursos, realizar um breve histórico dos reclames dos movimentos negros pela inserção da História da África na educação; levantar o acervo do CEAO, referente aos cursos, analisar textos e planos de aulas do Centro, e montar um paralelo entre os cursos de História de África e a Lei nº 10.639/2003.
A lei supracitada estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira na Educação Básica, e é fruto de reivindicações dos movimentos sociais. No entanto, pouco se conhece sobre o percurso dos militantes e dos movimentos que encamparam uma luta para que esses conteúdos fossem obrigatórios nas escolas.
Nessa linha de pensamento, essa pesquisa mostra-se relevante pois visa recuperar parte dessa história ao investigar os cursos de História de África oferecidos pelo Centro de Estudos Afro-Orientais nos anos 1980, como por exemplo, o curso “Introdução aos Estudos de História e Cultura Africanos” em 1982 e 1986. Tais cursos, bem como as pessoas que frequentavam o CEAO nos anos 80, ainda não foram alvo de pesquisas acadêmicas.
Na tentativa de trazer visibilidade à importância do CEAO, e aos cursos ofertados por este à comunidade, utilizaremos como corpus os textos empregados nos cursos, os planos de aula, as avaliações dos participantes, recortes jornalísticos e