introduçao a irrigação
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os livros de geografia ensinam: três quartos da superfície da Terra é coberta por água. Entretanto, essa aparente abundância não é garantia de contínua disponibilidade hídrica para o consumo humano, agrícola e industrial.
Segundo Studart (2005) a ordem de grandeza e a distribuição das disponibilidades hídricas no mundo são as mostradas na Figura 1
Do total de água doce do planeta, apenas 0,3% estão disponíveis em rios e lagos. O restante estão sob a forma de geleiras, águas subterrâneas e umidade atmosférica, umidade dos solos, pântanos (Figura 2). Assim mesmo, estes recursos não se encontram eqüitativamente distribuídos sobre todo o Planeta.
Assim, nossa imensidão azul se torna relativamente pequena quando considerado apenas o volume disponível às atividades humanas. Projeções indicam que dentre os diversos setores que devem sentir os efeitos da escassez hídrica no futuro, o maior e mais imediato impacto será sobre a produção de alimentos. Nessa corrida pela água, o Brasil leva uma imensa vantagem: tem um dos maiores potenciais de irrigação do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Mesmo com o grande potencial de expansão da área irrigada, o Brasil enfrenta irregularidade de distribuição da água nas bacias hidrográficas do País, com pressão populacional em algumas áreas e uso inadequado dos recursos hídricos em outras, o que pode tornar a água um bem escasso até mesmo aqui.
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), há grandes disparidades regionais em termos de disponibilidade hídrica superficial quando se comparam a área dos estados, o número de habitantes e a disponibilidade de água.
O Nordeste com seus nove estados, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, representa 18,3% do território brasileiro. A parcela correspondente ao Semiárido ocupa 1.150.000 km2,