Introducao
1.1 As origens do pensamento científico sobre o social
Desde que o ser humano desenvolveu a capacidade de pensar, está em busca de explicações para os fenômenos que o circundam. A partir dessa preocupação básica, o homem se tornou produtor de conhecimento sobre o mundo. Num primeiro momento, as explicações sobre o funcionamento da natureza e da vida humana eram dadas a partir de mitos e explicações mágicas não pautadas em um sistema lógico e coerente. Posteriormente, foram criadas outras formas de conhecer e explicar o mundo, como as religiões, a filosofia e a ciência.
Nesta unidade, nosso propósito é identificar as diferentes formas de se pensar a vida social e delimitar nosso campo de estudo científico.
O conhecimento mítico se manifesta através de um conjunto de histórias, lendas e crenças. Os mitos carregam mensagens que traduzem os costumes de um povo e constituem um discurso explicativo da vida social. O mito se explica pela fé, ou seja, não precisa de comprovação. Segundo Meksenas (1993, p. 39), “o mito fez com que o ser humano procurasse entender o mundo através do sentimento e busca da ordem das coisas”. Na medida em que o homem desenvolveu sua consciência, sentiu necessidade de descobrir as leis que regem o mundo e procurou entendê-lo de um modo racional. Enquanto o mito contribuía para o homem aceitar o mundo através de histórias, a filosofia atuou no sentido de permitir o entendimento das coisas através da reflexão sobre elas.
O conhecimento filosófico é valorativo1
, porém, se apoia na formulação de hipóteses, é pautado na razão e tem como finalidade buscar uma representação coerente da realidade estudada. Como ilustram
Lakatos e Marconi (2009, p. 19), “o conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da razão humana”.
Unidade I
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O