INTRODU O
Uma boa parte do debate acadêmico e popular sobre o papel dos Estados Unidos no mundo insiste em ver o país simplesmente como outro Estado (apesar de maior e mais poderoso), ou como um império, ampliando o evidente significado territorial desse termo para incluir seu controle e influência não-territorial. Nenhum dos enfoques é satisfatório. Por um lado, o mundo atual é considerávelmente diferente, sobretudo no que se refere – se comparamos com épocas anteriores – à geografia do poder. Freqüentemente denominada como a era da "globalização", para assinalar a proliferação de atores (multinacionais, ONG globais, instituições internacionais, etc.) e processos de desenvolvimento (mercados financeiros globalizados, commodity chains globais, etc) que não podem ser relacionados com um único endereço territorial, esta é uma situação mundial que os Estados Unidos ajudaram a provocar, seja de forma deliberada seja de maneira involuntária. Se isso é um império,seria o primeiro descentrado na história, o que nos sugere que há algo mais que isso. Por outro lado, esse mundo não foi conduzido predominantemente através da coerção direta ou de um governo territorial, mas sim através da incorporação socioeconômica de rotinas e práticas derivadas de (e compatibilizadas com) outras desenvolvidas anteriormente nos Estados Unidos. A melhor palavra para descrever esses processos éhegemonia.
Hegemonia ou império oferecem interpretações profundamente diferentes do poder estadunidense e suas manifestações contemporâneas, e de como dito poder pode ser mudado. É interessante notar que, em muitos de seus usos, ambos os termos não são diferenciados claramente. Em qualquer dos caminhos seguidos, uma "América toda poderosa" normalmente é vista como a responsável por uma nova distribuição do mundo conforme a sua imagem. Desse ponto de vista, a hegemonia é vista simplesmente como um poder coercitivo relativamente espontâneo, exercido por um hegemom ou sede do império.
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