INTRODU O Portugu s
É necessário acreditar na possibilidade de ir além do amanhã, sem ser ingenuamente idealista. É necessário perseguir as utopias, como relação dialética entre denunciar o presente e anunciar o futuro. É necessário antecipar o amanhã pelo sonho de hoje. O sonho é um sonho possível ou não? Se é menos possível, trata-se, para nós, de sabermos como torná-lo mais possível. 1
Paulo Freire
A proposta desta Matriz de Referência Curricular de Língua Portuguesa levou em consideração os Parâmetros Curriculares Nacionais e as matrizes de referência do Sistema Nacional da Avaliação da Educação Básica (Saeb). Em sua elaboração, adotou-se uma perspectiva discursiva para o ensino da língua, em que o texto tem um papel central de estudo, já que é o meio através do qual a língua se concretiza. A organização de seus objetivos foi feita por meio de descritores que associam as diferentes dimensões de conteúdos do ensino: a procedimental (habilidade cognitiva), a conceitual (conteúdo de ensino) e a atitudinal (finalidade de determinado estudo). Esta proposta baseia-se na concepção de língua como
um sistema de signos específico, histórico e social, que possibilita a homens e mulheres significar o mundo e a sociedade. Aprendê-la é aprender não somente palavras e saber combiná-las em expressões complexas, mas apreender pragmaticamente seus significados culturais e, com eles, os modos pelos quais as pessoas entendem e interpretam a realidade e a si mesmas (PCNs: Língua Portuguesa, 1998, p.20).
Os conteúdos desta Matriz de Referência Curricular foram organizados em três eixos temáticos:
Oralidade, leitura, compreensão e interpretação textual;
Reflexão linguística;
Produção textual.
No primeiro eixo, ao enfocar-se a oralidade, sugere-se um trabalho que envolva aspectos relacionados à entonação, prosódia e gestualidade e que aprimore a capacidade do aluno de utilizar-se da linguagem oral com eficiência, sabendo adequá-la a intenções e situações comunicativas diversas.