INTRODU O GERAL DA FILOSOFIA
Saber o Conceito de Filosofia.
Art. I. NATUREZA DA FILOSOFIA 1. O desejo de saber, fonte das ciências.
Todo homem, diz Aristóteles, está naturalmente desejoso de saber, isto é, o desejo de saber é inato; esse desejo já se manifesta na criança pelos "porquês" e os
"como" que ela não cessa de formular; é ele o princípio das ciências, cujo fim primeiro não será fornecer ao homem os meios de agir sobre a natureza, mas, antes, satisfazer sua natural curiosidade.
Se o desejo de saber é assim essencial ao homem, deve ser universal no tempo e no espaço. Ε é isto exatamente o que nos ensina a história. Não há povo, por mais atrasado, em que se não manifeste este poder natural do espírito, que é, por sua vez, tão antigo quanto a humanidade.
2. As diversas formas do saber:
a) O conhecimento empírico. A necessidade de saber gera a princípio os conhecimentos empíricos, que são frutos do ato espontâneo do espírito, mas permanecem conhecimentos imperfeitos, pois falta-lhes por vezes a objetividade, e se formam ao acaso, por generalização prematura, sem ordem nem método. Tais são, por exemplo, as receitas meteorológicas do camponês, os provérbios e máximas que resumem as observações correntes sobre o homem e suas paixões etc. Estes conhecimentos, empíricos não são para desprezar. Ao contrário, constituem o primeiro degrau da ciência, que só faz aperfeiçoar os processos que o empirismo emprega para adquirir seus conhecimentos.
b) O conhecimento científico visa a substituir o empirismo por conhecimentos certos, gerais e metódicos ,isto é, verdades válidas para todos os casos, em todos os tempos e lugares e ligadas entre si por causas e princípios.
Assim é a ciência em geral. Sob este aspecto, como veremos, a Filosofia o uma ciência, e mesmo a mais alta das ciências humanas. O uso corrente tende, porém, a restringir a aplicação do nome "ciência" às ciências da natureza, ou mais precisamente às ciências que conseguem formular leis necessárias e