Intoxicação por medicamentos
No Brasil, como na maioria dos países, os medicamentos se apresentam como o principal agente tóxico, respondendo por, aproximadamente, 28% dos casos de intoxicação humana registrados. Os benzodiazepínicos, antigripais, anti-depressivos, antiflamatórios são as classes de medicamentos que mais intoxicam em nosso pais crianças menores de 5 anos representam, aproximadamente, 35% dos casos de intoxicação por medicamentos, no Brasil.
Embora todos os medicamentos possuam uma ação benéfica mais ou menos específica, a maioria deles, mesmo administrados nas doses corretas, podem igualmente originar vários efeitos secundários adversos, de maior ou menor envergadura. No entanto, o principal perigo da maioria dos medicamentos é a sua administração incorreta, em doses elevadas, pois podem originar uma verdadeira intoxicação. De fato, a intoxicação por medicamentos constitui, atualmente, um fenômeno bastante frequente, sobretudo nas pessoas idosas e nas crianças mais pequenas. Entre os adultos, as causas mais comuns de intoxicação por medicamentos são a tentativa de suicídio ou de auto-agressão, muitas vezes apenas para chamar a atenção, e a ingestão de uma dose elevada por mero equívoco. Por outro lado, entre as crianças, sobretudo com menos de 5 anos de idade, a intoxicação por medicamentos é quase sempre acidental, já que se sentem atraídas pelos comprimidos e cápsulas coloridos e têm a tendência para levá-los à boca como se fossem rebuçados. Embora praticamente qualquer medicamento, administrado em doses elevadas, possa provocar uma intoxicação, os que mais frequentemente provocam este perigo são os analgésicos, por serem os mais utilizados, e os sedativos e hipnóticos, de utilização mais comum nos idosos. Por outro lado, a intoxicação por medicamentos com efeitos sobre o sistema nervoso central, independentemente de serem depressores, como os mencionados, ou estimulantes, como as anfetaminas e derivados, é igualmente frequente nos toxicodependentes.