Intoxicação por chumbinho
Caso clínico:
C. A. B, 25 anos, casada, 2 filhos, natural de Maceió/AL. Segundo o marido, a paciente já vinha meio depressiva há algumas semanas devido a alguns problemas na família e trabalho e após uma briga ingeriu “chumbinho”. Chegou a Unidade de Saúde 1 hora após o envenenamento. Paciente desorientada, com a facie pálida, apresentando excessiva salivação. Ao exame-físico: borramento da visão, lacrimejamento, perda de coordenação, sudorese, tremores, náusea, vômito, diurese, cólica intestina e diarreia abundante.
Mecanismo de ação:
A substância presente no “chuminho” é o carbamato, que no organismo produz à inibição da enzima acetilcolinesterase, que tem a função de inativar a acetilcolina, desta forma, vai ocorrer o aumento da acetilcolina nas sinapses do sistema nervoso central, sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático e junção neuromuscular.
Com a inibição da acetilcolinesterase e consequente aumento da acetilcolina disponível na fenda sináptica, irá ocorrer uma resposta colinérgica muscarínica que irá reproduzir os efeitos parassimpáticos no organismo, o efeito da acetilcolina. Com isso irá ocorrer exacerbação do sistema nervoso autônomo parassimpático, nas glândulas endócrinas, nos olhos, nos aparelhos respiratório, digestório, cardiovascular e urinário, e ocorrerá sialorréia, sudorese, lacrimejamento, miose, visão borrada, vômitos, diarréia, broncorréia, broncoespasmo e incontinência urinária, em seguida os efeitos da síndrome nicotínica no sistema nervoso autônomo manifestar-se-ão com taquicardia, hipertensão e palidez e na musculatura esquelética fasciculação, câimbras e fraqueza muscular.
A estimulação parassimpática pós-ganglionar produz efeitos muscarínicos, que inclui bradicardia, miose, diurese aumentada, lacrimejamento e sialorréia, náusea, vômito, dor abdominal, hipersecreção brônquica e hipotensão.
A estimulação neuromuscular esquelética (SNA) produz efeitos nicotínicos. Na hiperestimulação ocorre