INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAIS NO SISTEMA CARCERÁRIO
O presente artigo, realizado pela autora Marcela Ataíde Guedes, buscou investigar a população carcerária feminina, baseando-se em um projeto que integrou atividades de ensino, pesquisa e extensão, de modo a contribuir para a produção de conhecimento sobre esse grupo. Realizou-se a partir da percepção do crescimento da violência na sociedade atual, o qual pode ser observado pelo aumento da população carcerária, o que pode favorecer a violação dos direitos humanos. Para esse, foi realizado plantão psicológico numa delegacia de Belo Horizonte/MG , através do qual acolheu-se demandas espontâneas de sessenta e sete mulheres, de agosto de 2004 a julho de 2005. Os temas em prevalência abordados pelas mulheres aprisionadas foram: cotidiano prisional, a maternidade/relações familiares , as vivências amorosas internas/externas e as relações de gênero. A partir do plantão psicológico, foram elaboradas estratégias individuais e coletivos para as presas, com o objetivo de facilitar a dinâmica interna cotidiana: o apego aos filhos/familiares, as práticas religiosas, as oficinas de artesanato, o trabalho na limpeza e as relações amorosas internas.
METODOLOGIA
O trabalho se realizou através da demanda que surgiu em uma delegacia, que solicitou a participação da autora junto a um projeto que buscava contribuir para o processo de inclusão, recuperação e construção de cidadania das mulheres que se encontram detidas. O atendimento foi baseado numa proposta teórico-metodológica desenvolvida pelo aconselhamento psicológico, que propõe um processo de integração transdisciplinar em suas bases teórico-conceituais, visando acolher as demandas emocionais e contribuir para fornecer atenção psicossocial à saúde dessas mulheres Foi-se utilizada a abordagem qualitativa para a análise do material obtido nas entrevistas, a qual permitiu a escuta das demandas das presas e a observação de seu cotidiano prisional.
RESULTADOS
O nível de