Intervenções de recuperação de zonas urbanas centrais: experiências nacionais e internacionais

Rose Compans

O texto trata das intervenções físicas no espaço urbano e até que ponto o êxito ou fracasso das intervenções urbanas são relacionados à falta de coerência dos agentes públicos e/ou privados ou se é devido à falta de recursos financeiros e administrativos. Se no caso de ser a falta de coerência dos agentes públicos e/ou privados, o plano urbanístico ao invés de revitalizar a área em seu aproveitamento máximo, agrava os problemas e podem gerar outros, como o fenômeno da “gentrificação”.
Nos EUA, na década de 1950, o CIAM publicou um artigo - O Coração da Cidade – que trazia um conjunto de diretrizes sobre a remodelação dos centros urbanos baseados nos fundados do Modernismo e na Carta de Atenas; o artigo foi severamente criticado e considerado uma utopia modernista de Le Corbusier.
Em 1966, Aldo Rossi publicou a L’ architettura della cittá; ele defende a ideia de revitalizar a área, mas sem se desviar de sua herança ambiental, como símbolos culturais.
Há muitos exemplos de como revitalizar a área pode ser uma catástrofe para uma camada da sociedade, nos EUA e na Grã-Bretanha, os governos ampliaram os incentivos para a reurbanização e atraíram empresas privadas para a promoção de projetos, o planejamento se tornou puramente comercial para garantir uma rentabilidade atraente aos mesmos. Nesses casos ocorreu o processo de “gentrificação”, os grupos de menor renda e minorias étnicas foram expulsos por falta de recursos de habitar tal região.
Em Barcelona, o processo de reestruturação urbana e econômica alavancou com a cooperação do público-privado, 70% do plano urbanístico foi executado com sucesso. Porém o mesmo processo de “gentrificação” ocorreu nessa área, e os pobres foram obrigados a migrar para a periferia.
No Rio de Janeiro, na década de 80, as decisões governamentais deveriam ser consultadas pela população, e essa cooperação gerou êxito. O projeto Corredor Cultural é um exemplo, com o objetivo de revitalizar a área e proteger o patrimônio