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Intervenções Breves (IB) em Instituição
Silvia Ancona-Lopez
1 “...as respostas não vêm sempre que são precisas, e mesmo sucede muitas vezes que ter de ficar simplesmente à espera delas é a única resposta possível.”
(José Saramago p. 249)
A importância e a eficácia das Psicoterapias Breves (PB) não é colocada em dúvida, hoje em dia, principalmente no âmbito das instituições de saúde mental. Na verdade, como lembra Yoshida (1990) a maioria das técnicas de P8 surgiu “da prática institucional de seus proponentes (...) e representa a forma como cada um deles respondeu às contingências de sua realidade” (p. 1).
Em sua cuidadosa revisão do movimento das PB a mesma autora aponta para a tendência nos países desenvolvidos “de se buscar técnicas que contam com estratégias bem-definidas e que se apliquem a públicos-alvo específicos” enquanto nos “países sul-americanos, apesar do interesse crescente por técnicas breves prevalece o empirismo com que cada profissional procura corresponder à ampla demanda existente no campo da saúde mental” (p. 77).
A concepção do trabalho psicológico em instituições não é clara e ao se defrontar com dificuldades para determinar seu papel, temeroso de construir um novo “modus operandi”, o psicólogo prefere “a ‘adaptação’ de práticas próprias da clínica particular (muitas vezes) sem o necessário cuidado com sua adequação” (Monachesi, 1995, p. 202). Este não é o caso das PB, que já contam em nosso país com profissionais reconhecidamente competentes, no entanto, outras possibilidades de atuações breves no campo do atendimento psicológico ainda se mostram incipientes.
Em instituições de saúde mental nem sempre é possível estabelecer as condições necessárias para um atendimento em psicoterapia breve. Há situações em que não se pode prever a permanência do cliente’ naquele local e nem mesmo propor um número limitado de sessões. Outras vezes ocorrem imprevistos que exigem a intervenção imediata do profissional.2 Do mesmo