INTERTEXTUALIDADE NA PROPAGANDA

INTRODUÇÃO
Este trabalho visa a analisar a linguagem em anúncios publicitários ditos intertextuais, descrevendo as formas que essa intertextualidade assume e as explicando no contexto da publicidade. Considera-se que não há texto completo ou fechado em si mesmo, pelo contrário, textos e discursos estabelecem uma relação discutível com outros textos e discursos que os antecedem e deles se derivam. Dessa maneira, busca-se comprovar a hipótese da pesquisa de que a intertextualidade é ferramenta criativa e inovadora na atividade publicitária e identificar os processos intertextuais que ocorrem na publicidade impressa. Nesta pesquisa, o texto é concebido como materialidade discursiva, seja de natureza linguística, seja através de imagens, decorrente do uso da linguagem por sujeitos historicamente situados, portanto, uma materialidade vinculada a todo um contexto social de manifestação. O pressuposto é que a publicidade mantém relações dialógicas especialmente com textos popularmente reconhecíveis, constituindo, assim, mais um elo na cadeia de comunicação. Os profissionais encarregados da criação de anúncios nas agências de publicidade, redatores e diretores de arte, empregam materiais ativos, constituintes de determinado ciclo cultural, fazendo da criação publicitária uma prática de intertextualidade.

Campanha de Varejo – Bombril
Na propaganda do Bombril ECO, o ator Carlos Moreno incorpora os quatro candidatos à presidência nas eleições de 2010, que são, sucessivamente, Dilma Rousseff, José Serra, Plínio Arruda e Marina Silva. O texto da peça faz uma crítica à corrupção, e deixa claro que Bombril é a solução para uma limpeza intensa.
A variação intertextual utilizada nessa campanha é a paródia, pois é uma imitação cômica dos políticos brasileiros contida em uma montagem. Utilizando a função do produto, a Bombril faz uma crítica à corrupção no país colocando figuras públicas da política que concorreram à presidência na última eleição.
O público alvo da campanha