Interrogando a ciência: a concepção vidaliana da geografia
2E é aqui que entra, vigorosamente, a geografia vidaliana : não como uma vertente geográfica francesa que se opunha ao germanismo imperialista, mas, sobretudo, como um “paradigma” de uma era. Ela recolhe e examina as grandes questões que afligiam a Europa de então. A saber : descrição, mapeamento e exploração do ambiente ; papel da cidade como intensos centros de influência e da circulação “desterritorializando” antigas raízes camponesas na organização espacial do mundo moderno ; conflitos entre Estados territoriais. Além disso, ela é paradigmática não apenas no campo temático, mas também no campo metodológico : mesmo com o progresso dos transportes e das comunicações a superar distâncias e adversidades naturais ; no instante em que noções como proximidade e distância, interior e capital, pays e região sofriam profundas transformações, redefinindo suas formas e seus conteúdos ; e quando os princípios naturalistas que regiam a découpage do mundo eram substituídos por outros critérios, isso não significava, em hipótese alguma, a irrelevância do espaço e do território. Sua démarche incorporava o resgate do passado na elucidação do presente, a