INTERPRETE O Texto Abaixo
Era uma vez um pobre homem que vivia só no mundo. Nada possuía de seu além de uma roupa feita de peles de animais, uma panela de ferro e um cajado. Com isso andava de lugar em lugar passando, às vezes, fome além de frio, no inverno, quando não encontrava galpão ou "fogão gaúcho" aceso no qual se pudesse chegar e aquecer. Mas o velhote era bastante esperto e contador de histórias e anedotas e, por isso, sempre se arranjava e não trabalhava.
Um dia, porém, chegou a um lugarejo em que não conhecia pessoa alguma, pois era a primeira vez que aí aparecia. A primavera risonha enchia as roças com verduras e os jardins com flores as mais variadas e belas. Tudo era encanto, principalmente naquele humilde lugarejo, limpo e arejado. Numa esquina, já meio-dia se aproximava, o homem parou. Como não conhecesse ninguém, nada quis pedir para comer. Mas, a um passante pediu um fósforo e um pedacinho do "místico" da caixa. Depois, juntou algumas pedras, bom punhado de gravetos e galhos secos. Fez fogo. Na casa de fronte pediu um caneco com água. Bebeu uns goles, em seguida lavou bem duas pedras e, pondo-as na panela com o resto de água, acocorou-se ao lado do fogo. De quando em quando mexia a água com uma varinha. Os curiosos apareceram.
- Que está fazendo? - perguntou um deles.
- A comida: minha sopa de pedras.
O espanto foi geral.
- E isto presta?
- É maravilhosa esta sopa - disse o velhote.
- Mas só pedra, sem carne, sem um osso ao menos, sem nada?
- Claro. Mas se tivesse um osso ou um pedacinho do carne, ficaria muito melhor.
Alguém lhe trouxe um osso e outro um pedacinho de carne. E lá se foram, osso e carne, para a panela. A água já estava fervendo quando um dos curiosos lembrou-se de perguntar se umas verduras não melhorariam a sopa.