INTERPRETAÇÃO E RESISTÊNCIA
Psicoterapia de Orientação Analítica
INTERPRETAÇÃO
De acordo com Terzis et al (2007) “interpretação” é uma palavra de origem latina, e em psicanálise, trata-se da tradução dada à palavra “deutung” do alemão de Freud. A diferença que isso faz é que o pai da psicanálise atribui a esse termo conotações diversas do termo latino: “De forma geral, em alemão, a “deutung” se refere a uma atividade interpretativa centrada na descoberta dos sentidos não evidentes, dos significados adicionais. Não se trata de traduzir, tal como faria um profissional intérprete, algo que estaria evidente e que não teria sido compreendido por uma questão de linguagem. Assim, para Freud, a compreensão de interpretação vai além dos sentidos aparentes dos sonhos, dos lapsos e dos fenômenos transferenciais.
Pontalis e Laplanche (2001) apontam que a interpretação é a comunicação feita pelo analista ao paciente com o objetivo de fornecer a apropriação dos sentidos ocultos presentes em suas comunicações. Para eles, a interpretação tem como foco o sentido latente das expressões físicas e verbais do paciente, com a finalidade de revelar os conflitos, defesas e desejos inconscientes.
Dessa forma, podemos compreender a interpretação como uma técnica essencial utilizada na clínica psicanalítica e que se faz importante frente à possibilidade de cura para um sofrimento psíquico. Em suas obras, Freud aponta que os conteúdos trazidos pelo paciente deveriam ser considerados com inteligibilidade, e que tais conteúdos poderiam se expressar através de sonhos, comportamentos ou através da fala do mesmo ao analista, que tinha como função, ajudar o paciente rememorar e reconstruir/ resinificar esse material, com o intuito de se chegar às reais causas do sofrimento psíquico, que teria como origem um trauma real ou fantasiado, onde o acesso ao mesmo dava-se pela análise e interpretação dos sintomas. Nesse sentido, quando a interpretação é bem sucedida, ocorre uma