Interpretação do conto diante da lei do livro "o processo"
A interpretação que fiz sobre o referido conto estaria na problemática da burocracia do direito e a dificuldade que esta causa ao acesso das leis. O homem do campo representaria a maior parte da sociedade, que não sabem e não tem acesso às leis, assim no momento em que insiste em entrar na lei o camponês abdica da sua liberdade e aos seus direitos. O porteiro faz apenas a função que lhe foi designada pela própria estrutura da lei. A questão indagada pelo camponês é que a lei deveria ser acessível a todos, mas no momento que o porteiro diz a ele que poderia entrar, mas não hoje, prova que qualquer estrutura criada pelo homem para levá-lo ao seu direito falhará. Porém quando o mesmo camponês não pode entrar pela porta ele se torna inerte, o que mostra a acomodação de grande parte dos indivíduos diante de uma situação similar, não se contesta aquele não, na maioria das vezes por não ter informação, apenas o aceita por vir de um órgão superior. A burocracia se revela quando o porteiro diz que ele será o primeiro de outros tantos em cada porta, por não ter conhecimento da lei, o camponês acredita nos outros tantos obstáculos que ainda virão e decide esperar sua vez de entrar, o desconhecimento dos seus direitos faz com que acredite ser impossível chegar à lei sem a autorização do porteiro, tornando-a inviável. Mostra-se que com direito positivo ocorre um distanciamento que inviabiliza a lei para a maior parte da sociedade além do afastamento do técnico do direito com os indivíduos. Devido o camponês não ter acesso às leis básicas, por não saber interpretar este sistema, ele acredita que nunca terá acesso à mesma. Ao dizer que a porta de entrada é exclusiva do camponês, mesmo que ele jamais consiga ingressar, mostra que a lei foi criada em função dos homens para regular suas relações e trazer segurança e justiça, mas os mesmos não conseguem o acesso aos seus direitos.