Interpretação de texto arte africana
Parem de tentar “salvar” a África (autor: Uzodinma Iweala)
Domingo, 15 de julho de 2007. Ano passado, logo após eu ter retornado da Nigéria, eu fui abordado por uma universitária loira e confiante cujos olhos azuis pareciam combinar com os colares “Africanos” no seu pescoço. “Salve Darfur” ela gritava atrás de uma mesa cheia de panfletos convocando os estudantes a “FAZEREM ALGUMA COISA! PAREM O GENOCÍDIO EM DARFUR!”. Minha aversão às universitárias que embarcam em causas sociais quase me fez ir embora, mas seu próximo grito me fez parar. “Você não quer nos ajudar a salvar a África?” ela gritava. Parece que nesses dias, enterrado pela culpa pela crise humanitária que criou no Oriente Médio, o Ocidente se voltou para a África em busca de redenção. Universitários idealistas, celebridades como Bob Geldof e políticos como Tony Blair tentaram trazer luz ao continente negro. Eles voam para fazer estágios e missões ou para adotar crianças da mesma forma que eu e meus amigos em Nova York tomamos o metrô para adotar cachorros perdidos. Esta é a nova imagem do Ocidente: uma geração sensual e politicamente ativa, cuja a forma predileta de espalhar as ideias são por páginas duplas em revistas de celebridades com celebridades na frente, africanos tristonhos ao fundo. Ignore que as estrelas enviadas para trazer alívios aos nativos são, por vontade própria, tão magros quanto aqueles que eles querem ajudar. Talvez o mais interessante é a linguagem utilizada para descrever a África sendo salva. Por exemplo, a campanha “Mantenha uma criança viva/Eu sou africano” que estrela retratos de celebridades, na sua maioria brancas e ocidentais com “temas tribais” em seus rostos com a frase “EU SOU AFRICANO” em letras