Interpreta O
TRABALHO EM GRUPO - TG
Polo Boqueirão
2015
Discursiva
Leia o texto Reinvenção:
A vida só é possível/ reinventada./ anda o sol pelas campinas/ e passeia a mão dourada/ pelas águas, pelas folhas.../ Ah! tudo bolhas/ que vêm de fundas piscinas/ de ilusionismo... – mais nada./ Mas a vida, a vida, a vida,/ a vida só é possível/ reinventada./ Vem a lua, vem, retira/ as algemas dos meus braços./ Projeto-me por espaços/ cheios da tua Figura./ Tudo mentira! Mentira/ da lua, da noite escura./ Não te encontro não te alcanço.../ Só – no tempo equilibrada, / desprendo-me do balanço/ que além do tempo me leva./ Só – na treva,/ fico: recebida e dada./ Porque a vida, a vida, a vida,/ a vida só é possível/ reinventada. (MEIRELES, Cecília. Flor de poemas. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1972, p. 94.).
Como você interpreta a “reinvenção” da vida, proposta no refrão do poema pela autora? Explique o sentido para a repetição do vocábulo “vida” no refrão: “Porque a vida, a vida, a vida,/ a vida só é possível/ reinventada”.
Interpretação:
No poema, a vida é colocada como se nada se concretizasse de fato. Uma ilusão de fatos. Como se, praticamente, fosse impossível viver a vida que já existe. Quando a autora diz: Não te encontro não te alcanço... É como se não sentíssemos a vida de verdade, assim, da maneira como nos é possível, ou como se existisse uma insatisfação com a realidade e a necessidade de reinventar ou criar um mundo imaginário.
A necessidade de uma reinvenção da vida viria, talvez, para nos proporcionar mais verdade e menos mentiras. Superação de limites. Reinventá-la para que possa acontecer de fato, a verdadeira vida, em toda a sua plenitude e importância. Vimos que, Cecília Meireles, no seu imaginário, mostra a reinvenção de uma vida que ultrapasse barreiras de espaço e tempo. Uma busca do irreal, abstrato e imaterial. Reinventar a