internet global
09 de abril de 2014 | 20h 09
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff vai anunciar no dia 23 de abril, durante evento com representantes de dezenas de países, em São Paulo, uma proposta de governança global da internet, seguindo o Marco Civil da Internet, aprovado pela Câmara dos Deputados no mês passado.
O objetivo do governo brasileiro é envolver os demais países numa discussão para reduzir o peso dos governos na regulação e governança da rede mundial. A iniciativa também deve dar maiores garantias à privacidade dos usuários. A proposta é uma resposta direta às ações de espionagem conduzidas pelos órgãos de inteligência norte-americanos contra vários presidentes, como Dilma e Angela Merkel (Alemanha), e empresas de diversos países, inclusive Petrobrás.
O novo ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Clelio Campolina, informou que o objetivo do governo é aproveitar a conferência "NET Mundial", que ocorrerá no fim de abril e receberá representantes dos Estados Unidos, China, Rússia, União Europeia, entre outros. "Daremos início oficial à discussão sobre a governança da internet no mundo", disse.
Em sua primeira entrevista exclusiva, Campolina afirmou que o plano brasileiro tem como ideia central que a "governança da internet não pode ser feita por governos". Por isso, Dilma defenderá a adoção de "normas comuns" entre os países para estabelecer diretrizes básicas, como o registro de nomes, domínios e endereços IPs. Hoje, este processo é concentrado pela ICANN, uma entidade sem fins lucrativos que, no entanto, trabalha para o governo dos Estados Unidos, onde é responsável por essas normas. Uma das ideias defendidas por técnicos envolvidos com a "NET Mundial" é que entidades como ICANN tenham um desempenho semelhante ao IETF, uma comunidade internacional aberta, que cuida da internet do ponto de vista técnico, identificando problemas de funcionamento e desenvolvendo soluções. "Não existe uma