interioridade em santo agostinho
No presente artigo trataremos da questão da interioridade na obra de Santo Agostinho. Nele, abarcaremos a influência que as suas experiências de vida tiveram na construção de seu pensamento, salientando a experiência maniqueísta e a conversão para o cristianismo, assim como a influencia do bispo Ambrósio e o processo que levou o teólogo a ligar o estudo da fé diretamente ao seu elemento interior. A primeira aparição do conceito em “Confissões” será contextualizada com seu pensamento de que a fé dirige e ilumina a inteligência. Demonstraremos a influencia da filosofia de Platão neste pensamento, a interioridade como ato de voltar-se para o interior e a importância que a “verdade” assume neste cenário, uma vez que esta abre caminho para que se possa conhecer o ser humano e, assim, abrir caminho para o processo de autoconhecimento. Ainda como elemento essencial para a construção de alicerces para a interioridade, pontuaremos o papel que a mente (mens), como elemento de aproximação de Deus, assume. Por fim, iremos externar a diferenciação entre o caráter interno e o externo deste processo, revelando como o individuo através de suas experiências mundanas alcança a interioridade.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Santo Agostinho
O mais destacado pensador cristão da Patrística e de toda a primeira fase da Idade Média foi Santo Agostinho. Sua obra reproduz uma síntese admirável da cultura clássica antiga com o legado judaico-cristão através da interpretação pauliniana. Além disso, na sua juventude antes de sua conversão ao Cristianismo (relatada em suas Confissões), recebeu influência do neoplatonismo, do ceticismo e do maniqueísmo, revelando-se, ao longo de sua produção (acima de 200 cartas, mais de 500 sermões e 113 tratados), um profundo e eloquente filósofo-teólogo de sua doutrina teológica. Suas principais ideias tornaram-se repositório inesgotável que serviu de orientação filosófica e espiritual para todo o pensamento cristão (doutrinas de