Interface entre psicologia e direito
É de conhecimento da sociedade que o abuso sexual infantil é tida como umas das formas mais graves de maltrato infantil. Configura-se como abuso sexual toda relação em que o ato sexual envolve poder entre o abusador e o abusado. Esse poder atua como uma relação hierárquica. As formas mais comuns de abuso sexual são as caricias, o contato com a genitália, a masturbação e a relação vaginal, anal e oral.
Normalmente, o abusador é uma pessoa conhecida da família, podendo ser ainda o próprio pai ou o responsável pela criança. O perfil do abusador é alguém que procura sempre estar perto da criança, buscando sua confiança e da família.
Durante o ato sexual, como foi exposto em depoimentos por crianças que foram abusadas, as vítimas fazem uso da imaginação, a fim de substituir o que realmente estão vivendo. Como foi o caso de uma criança em que relatou que no momento do abuso, imaginou que quem a estava abraçando era seu ursinho e que estava sentindo dor devido estar sentada em pedrinhas.
Depois do abuso sexual, a criança desenvolve um sentimento chamado pelos psicólogos de “síndrome do segredo”, que ocorre devido a criança ocultar a verdade dos fatos. Isso ocorre principalmente pelo sentimento de culpa que desenvolve por ter participado da interação abusiva e pelo das consequências da revelação, como a separação dos pais e prisão do abusador. Umas das piores consequências que levam a síndrome do segredo é o prosseguimento do convívio com o agressor e a reincidência do abuso. Essa dificuldade que a criança tem em se expressar se explica, muitas vezes, na incapacidade que a mãe ou os cuidadores não abusivos de acreditar na criança, levando-a a acreditar que os adultos não se preocupam com ela. E muitas vezes ainda, há conhecimento da relação pela mãe, que negligencia para não perder o marido, que muitas vezes é quem sustenta a família, ou para não ser apontada na rua.
Depois que o abuso se torna de conhecimento da