Interesses económicos
Da ferramenta á automação
Há séculos que a ciência goza de estatuto privilegiado relativamente aos demais aspectos da cultura. A aplicação prática da ciência fez-lhe granjear crescente prestígio e impô-la à consideração do grande público pois elas vêm de encontro a determinadas tendências básicas do homem, nomeadamente a tendência para diminuir o esforço. Assim, compreende-se que, ao longo do tempo, o homem fosse produzindo meios técnicos que se prestassem a tal objectivo.
Pela ciência, hoje em dia inseparável da técnica, o homem apercebe-se da ampliação do seu poder, podendo adoptar inéditos estilos de vida simplificadores das suas actividades. Estamos no dealbar de um mundo novo.
Do Saber ao Poder
Grande número de pessoas considera, talvez de modo simplista, a evolução científica como a única responsável pela instabilidade vivida e pelos problemas que actualmente se colocam. Mas talvez não seja bem assim.
A ciência como saber revelador da novidade e do progresso
O conceito de ciência como manifestação reveladora do que é novo e como potenciadora de progresso é uma herança do Renascimento. Do século XV ao XVII, o conhecimento científico passa por um surto de expansão que possibilita novos conceitos nas áreas da geografia, biologia, astronomia, sociologia e epistemologia, cujos efeitos se traduzem na descoberta de mundos até então ignorados. Contudo, a euforia do conhecimento não é imune a um certo sentimento de insegurança e de receio, em virtude de se destronarem importantes referenciais com que as pessoas estavam habituadas a contar.
A ciência como instrumento de domínio da natureza
Com a máquina, o homem começa a ver concretizado o seu velho sonho de dominar a natureza e de a controlar de modo eficiente.
A ciência como saber "superior"
Hoje em dia, a ciência foi transformada numa numa quase religião, separada do conhecimento vulgar pelos conceitos que domina e pela linguagem que utiliza. A