Interdisciplinaridade e temas sociambientais
Susana Cesco
A Capes, a área do conhecimento que área interdisciplinar é, segundo a
mais cresce no Brasil. Talvez fruto da necessidade de estabelecer novos diálogos com a sociedade e ajudar a responder os problemas complexos e híbridos que enfrentamos. Nas palavras de Claude Raynaut, diretor de Pesquisa do Centro Nacional da Pesquisa Científica da França, em entrevista à Assessoria de Comunicação da Capes no ano de 2010, “várias das questões cruciais da sociedade exigem uma abordagem interdisciplinar, [...] a vida não vê fronteiras disciplinares”.1
Há, especialmente nas atuais questões que envolvem meio ambiente e desenvolvimento – econômico e sustentável – dimensões políticas, técnicas, culturais e inter-relacionais que só serão percebidas e respondidas quando ultrapassarmos as barreiras disciplinares.
O desafio da interdisciplinaridade passa, inicialmente, pela questão institucional e estende-se até a forma e os métodos de avaliação dos trabalhos interdisciplinares. Ainda segundo Raynaut
É claro que o recorte disciplinar deu nascimento a territórios de poder, territórios de identificação, que fazem com que seja difícil ultrapassar as barreiras e promover a colaboração. Outro desafio é mais intelectual, trata-se de fazer colaborar disciplinas que não vão enxergar os mesmos níveis de realidade. Em particular, fazer colaborar disciplinas que trabalham questões concretas, práticas e materiais da realidade com outras que trabalham com dimensões não tão palpáveis, imateriais, conceituais.2
Em um tempo em que o desenvolvi-
estudos avançados
25 (72), 2011
mento sustentável, a segurança alimentar e a relação do homem com o meio ambiente estão na pauta de políticos e pesquisadores e estimulam ações econômicas e políticas, novas perguntas também estão sendo formuladas. Nesse cenário surgem dois livros que comprovam a existência de propostas concretas de análise dessas novas ações e reações sociais em ralação ao meio