Interculturalismo
As diferenças entre as culturas são tão grandes que por vezes se torna difícil estabelecer pontos comuns. As sociedades são, por natureza, pluralistas.
Os defensores do interculturalismo não consideram estas diferenças uma desvantagem, uma vez que o diálogo intercultural que propõem pode ser enriquecido pelas diferenças entre as culturas. Esta perspetiva vai ainda mais longe: defende a possibilidade de, neste diálogo, se estabelecerem valores transculturais, ou seja, valores comuns às diferentes culturas. Entre esses valores temos, por exemplo, a proteção das crianças, a necessidade de valorizar a verdade, a proibição do homicídio, o direito à segurança pessoal e integridade física, etc. Se estes valores fossem negligenciados, ou seja, se fossem a regra e não a exceção, seria posta em causa a própria sobrevivência e manutenção da sociedade como um todo organizado.
De acordo com a perspetiva interculturalista, podemos concluir que:
É possível estabelecer um diálogo intercultural;
O diálogo intercultural é a base de valores transculturais partilhados;
As sinergias entre as sociedades, decorrentes do diálogo intercultural, são uma mais valia para todas as culturas;
A colaboração na construção de respostas para problemas mundiais como a guerra, a pobreza, fome, analfabetismo destruição dos ecossistemas, etc. é uma prioridade.
Porque hoje em dia as sociedades são cada vez mais abertas e os problemas mais complexos, o diálogo intercultural trouxe um conjunto crescente de novas questões que só podem ser resolvidas no plano internacional. Vejamos alguns exemplos:
. Não é possível pensar na paz mundial sem envolver no mesmo debate grupos organizados de países que defendam os mesmos valores.
. Não é possível proteger o planeta sem que esta solução seja pensada a nível mundial (recordemos, por exemplo, o Protocolo de Quioto e, mais recentemente, o Acordo de Copenhaga, que representam uma tentativa de entendimento entre vários países relativamente à emissão